Na primeira lembrança , a jovem francesa de 16 anos estava dançando com um soldado norte-americano num clima de romance e sedução que encanta o espectador. Já na segunda, a nonagenária observa a residência que vive em Paris até então para embarcar num táxi rumo a uma residência de idosos. Qual é a relação entre as duas cenas? Para a personagem Madelaine (a exuberante atriz Line Renoud), a sensação de que a vida é tão breve, tudo passa muito rápido e que cada momento deve ser aproveitado na intensidade.

A genialidade do roteiro de Cyril Gely com a impecável direção de Cristian Carion encaminham para o outro protagonista do filme Conduzindo Madeleine, o taxista Charles (o talentoso Danny Bonn), de 46 anos, que sintetiza a estressante modernidade presente nas ruas da capital francesa. Com a barba mal feita e circulando por mais de doze horas consecutivas por Paris, ele conhece a passageira Madeleine e iniciam uma corrida pra lá de inusitada.

Os cenários do filme são exuberantes e mostram a Torre Eiffel, a Catedral de Notre Dame em reforma, o Arco do Triunfo, a Av. Champs Élysées, La Conciergerie, o Palácio da Justiça dentre outras atrações turísticas parisienses que levam o espectador a viajar no táxi de Charles. Todavia, muitos diálogos estabelecidos e as lembranças trazidas a tona pelos protagonistas tocam em temas delicados como, por exemplo, machismo, violência, estupro, prisão, feminismo na França, velhice, vida e morte. A abordagem sensível emociona os espectadores que ao término da projeção estão reflexivos e encantados pelo filme.

A cumplicidade dos dois atores que já haviam trabalhado juntos anteriormente torna a história ainda mais envolvente. Por fim, em 2023, o filme Conduzindo Madeleine participou do Festival Varilux de Cinema Francês e recebeu elogios tanto dos críticos quanto do público. Viva a vida!!!