1 – Por que a capital do Maranhão recebeu o nome de São Luís?
A fundação de São Luís remonta ao século XVII a partir da tentativa da expedição francesa comandada por pelo nobre e general Daniel de La Touche, Sr. De La Ravardière, para fundar a França Equinocial. Naquela época o rei da França era Luís IX ou São Luís e esta cidade recebeu este nome para homenageá-lo. Em 1615, o domínio português prevaleceu dando fim ao projeto de criação de uma nova colônia. Portanto, a colonização de São Luís tem grande semelhança com as origens da cidade do Rio de Janeiro em função da tentativa malograda de Villegaignon em implantar a França Antártica ali. Todavia, as diferenças também são marcantes entre as duas cidades, isto é, comumente, os maranhenses se referem com certo orgulho que a sua capital foi fundada por franceses. Somado a isso La Ravardière é o nome dado à sede de Prefeitura local, um busto foi erguido ali também, além de ser nome de um colégio. Já no Rio de Janeiro a situação é bastante distinta em relação a Villegaignon que apenas é o nome da ilha onde está a fortificação construída por sua ordem no passado e onde, atualmente, se situa à Escola Naval. Para os cariocas, a associação do seu nome como inimigo do Rio de Janeiro é algo muito frequente.
2 – Que traços arquitetônicos podem ser destacados em São Luís (MA)?
No centro histórico de São Luís tanto a arquitetura religiosa quanto a arquitetura civil podem ser observadas em várias construções existentes ali. Certamente, a igreja da Sé merece ser destacada que teve o início de sua história ainda no século XVII, mais especificamente em 1626 a partir de uma iniciativa do Padre Luís Figueira que resultou na construção na construção do colégio, da residência e da capela dos jesuítas. Todavia, no limiar do século XVIII, a capela original foi substituída por outro templo que sofreu profundas transformações em seu projeto original assim como os demais conjuntos arquitetônicos jesuíticos da América portuguesa em função da expulsão desta ordem religiosa imposta pelo Marquês de Pombal. Naquele momento, a Coroa portuguesa buscou centralizar sua administração neutralizando a ação de ordens religiosas que pudessem atuar na colônia de maneira autônoma e sem o devido controle da metrópole.
Por sua vez, a arquitetura militar é outro importante capítulo da história de São Luís. Os fortes coloniais de São Francisco e o de São Marcos não resistiram ao tempo e acabaram desaparecendo. Já o Forte de São João da Barra, também conhecido como Forte da Ponta d’Areia ou Ponta de João Dias, esteve abandonado até por volta da década de 1980 e sendo recentemente restaurado. Vale destacar que foi tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e atualmente abriga o Corpo de Bombeiros. Já no Centro Histórico de São Luís, em termos de arquitetura civil, muitos prédios comerciais que foram construídos desde o século XVII e, com destaque, para as construções do século XIX podem ser observados pelos visitantes que percorrem suas ruas. Nos primeiros séculos de colonização, as partes superiores das portas e janelas eram retas e, depois, passaram a apresentar arco abatido. Com a chegada do neoclássico, tanto o arco pleno quanto o arco ogival passaram a dominar ao mesmo tempo que os beirais em telha vã. Somado a isso, os mirantes e a utilização de azulejos na fachada, em função do clima quente da cidade e, também, pela influência vinda de Portugal. Por fim, as fontes e chafarizes são obras públicas que merecem ser mencionadas com destaque para a Fonte das Pedras, em local no qual Jerônimo de Albuquerque Filho (família de administradores coloniais) acampou com suas tropas na luta que resultou na expulsão dos franceses.
Ficou curioso/a sobre a marca identitária de São Luís? Nos próximos textos, nós mergulharemos no espírito desta cidade com destaque para os períodos colonial e imperial. Valeu!
REFERÊNCIAS
BUENO, Alexei. São Luís 400 anos. (2013). Rio de Janeiro: Edições Fadel.
Turismo em São Luís. http://turismosaoluis.com.br/historia_da_cidade/100 Acessado em: 20 de junho de 2023.